sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

OS ADVERSÁRIOS, OS INIMIGOS E OS OPORTUNISTAS

Surprendeu-me ouvir hoje Rui Rio afirmar, no Congresso do PSD, não ter na politica inimigos mas adversários que pensam de maneira diferente quando, ainda ontem, eu criticava, precisamente:  
« ............os políticos que se referem aos adversários ou opositores como inimigos, só porque não partilham a mesma ideologia ou o mesmo pensamento.»

08.02.2020
Ao contrário fiquei chocado com o aproveitamento abusivo de uma frase de Sá Carneiro, proferida na Assembleia Nacional de 1972, dominada por deputados fieis à ditadura. Chegaram a retirar-lhe a palavra e a correr com ele da tribuna, ao murro, ao pontapé e aos encontrões, por não alinhar com a chamada «voz do dono».
Montenegro não deve ignorar  que «por não se calarem, sob que pretexto for». muitos foram parar à cadeia.
Evocar Sá Carneiro e esta sua frase, num Congresso Partidário em 2020 é humilhante para a sua memória, próprio de quem não olha a meios na defesa de uma “agenda  pessoal”.
Os comentadores políticos que ouvi, incluindo José Manuel Fernandes, detiveram-se em banalidades, não contextualizaram os momentos, ignoraram mesmo que Sá Carneiro, defendeu causas, foi um lutador pelas liberdades individuais e pelos Direitos do Homem.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

O MEL NEGRO DAS DISSONÂNCIAS


«Procurai a mais bela harmonia, essa que é o mel negro das dissonâncias» R.R.
Este pensamento de R. Rolland, retirado do seu romance «A Alma Encantada» inspirou o titulo deste blogue.

Entre os autores que viveram o terror de duas Guerras Mundiais destacam-se Romain Rolland e Stefan Zweig. Ambos humanistas, pacifistas.

«O MUNDO DE ONTEM» de Stefan Zweig - devia ser de leitura obrigatória  -  considera R. Rolland: «O mais humano de todos os escritores». Mais à frente confessa: «Este amigo era o homem mais eminente desse momento solene para o mundo»  e  acrescenta: «Sabia que falava com a consciência moral da Europa».

R. Rolland tinha a visão do missionário que procura a fraternidade universal: «procurar o humano - sob todas as diversidades da casta, ir direito ao coração»…«Sob a diversidade do trajo, a fraternidade do sangue». RR.

O tema das dissonâncias, como as harmonizar e aplicar à vida estava sempre presente: «O trabalho do pensador (e também do sábio) está, precisamente, em apreender os contrários e explica-los por um princípio superior….». R.R.

Vem isto a propósito, principalmente, dos políticos que se referem aos adversários ou opositores como inimigos, só porque não partilham a mesma ideologia ou o mesmo pensamento.

Distinguem os amigos que pensam do mesmo modo com o elogio: «É amigo do seu amigo», como de grande virtude se trata-se.
Tudo gente “muito humana”!

R. Rolland lutou sempre por salvar valores e afinidades, confessa:

«Nada me toca tanto como o testemunho de simpatia que mutuamente se tributam dois homens de pensamento diferente e, sob certos aspetos, oposto. Sou-lhe, quase, mais sensível que à simpatia entre dois companheiros de pensamento e de ação. Sinto no primeiro esta fraternidade em Deus que sempre me pareceu o mais alto  ideal à face da terra.» RR

Sonhava, assim, edificar uma entente dos homens de boa vontade.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

VÁ AO TEATRO


VIVER NERUDA: uma experiência dupla com uma Colectiva de Artes Plásticas na Cooperativa Árvore em torno da vida e obra do poeta Chileno + “O Funeral de Neruda” pela Seiva Trupe.
09 a 25 de JANEIRO
Quartas e Sextas às 21:30
Quintas e Sábados às 19:00
Domingos às 17:00.
Informações e Reservas: bilheteira.seiva@gmail.com


 45 Anos de Seiva e Fruto, sempre pela inteligência criativa ao serviço da cultura

terça-feira, 26 de novembro de 2019

SEIVA TRUPE -TEATRO VIVO - na SÉ DO PORTO

O Senhor Ibrahim e as Flores do Alcorão + Auto da Alma in a Cocktail Party!



Fotos: Seiva Trupe

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

“O MILAGRE DAS APARIÇÕES"

As cenas de teatro oferecidas pelos governantes já não me deveriam surpreender, mas não é o caso, continuam a ultrapassar todos os limites:

- Ver um insuspeito Capitão de Abril considerar o roubo das armas como um possível de erro de inventário !?

- Assistir ao regozijo da Policia Judiciária Militar bem como do Chefe do Estado Maior do Exercito perante o “milagre da aparição” das mesmas!? Seguido das demissões do Chefe do Estado Maior do Exercito, do Ministro da Defesa logo seguido da prisão do Diretor da Policia Judiciária Militar !?

- Ver a Procuradora Geral da República confiar à Policia Judiciária a responsabilidade da condução deste processo, afastando do mesmo a Policia Judiciária Militar mais suspeita de encobrir do que descobrir !?

- Constatar que pela atuação da Policia Judiciária Militar  dificilmente se viria saber a verdade !?

- A constituição de mais de duas dezenas de arguidos incluindo o Ministro da Defesa !?

- A indignação do 1º. Ministro, com a medida aplicada ao seu ex-Ministro da Defesa, acusado de vários crimes, mais graves do que as falsas declarações de que «nada sabia» e de não ter informado de nada o 1º. Ministro, o que este nunca esclareceu !?

- As suspeições politicas nunca esclarecidas, justificadas com inflamadas declarações de confiança do 1º. Ministro no seu Ministro da Defesa e do empenho deste em ilibar o seu 1º. Ministro !?

- As declarações de repúdio do 1º. Ministro e o aproveitamento da situação para considerar inqualificável lançar suspeições desta natureza sobre o 1º. Ministro e sobre o Presidente da República !?

- A colagem do 1º. Ministro - que nada explica - ao Presidente da República - que tudo explicou com clareza - !?

-  Finalmente, a arrogância do Partido Socialista ao anunciar a agenda politica da campanha eleitoral, fixando o que os candidatos podem e não podem dizer  !?

 António Costa pode ter «aparições politicas», disfarçado, com asas de anjo, eu direi sempre: Tu és o Costa.