sábado, 25 de abril de 2020

VIVEMOS A FINGIR DE MORTOS II



O texto de que reproduzo foi publicado neste blogue, com o mesmo título, em 19.09.2019, quando das Eleições Legislativas.
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«É o tempo de assumirmos o desígnio nacional de humanizar a política, poupar as famílias da angústia, da humilhação e da mentira contida em anúncios+anúncios,  promessas+promessas  nunca cumpridas ou chegam apenas aqueles mais próximos dos centros decisores.

As famílias têm de dispor dos meios materiais que lhes assegure o pagamento das despesas normais da sua casa, os cuidados de saúde, o aluguer ou a prestação da compra da casa; beneficiar de condições normais de acesso ao crédito bancário; proporcionar aos filhos condições para o desenvolvimento de todas as suas capacidades.

É preciso derrubar todos os muros que perpetuam reformas e ordenados mínimos humilhantes, comprovadamente insuficientes para famílias viverem com um mínimo de dignidade, sujeitando-as a um endividamento junto de agiotas com juros escandalosos de que nunca se conseguem libertar (os bancos recusam-lhes qualquer empréstimo), condenadas a vidas inteiras de sofrimento, com a mão estendida à caridade de uma ajuda, de um subsídio, da prometida casa que nunca chega.

Impõe-se extinguir as diferenças abismais entre os vencimentos milionários, a que somam ainda prémios também milionários, comparativamente com o que recebem os seus trabalhadores.
Reduzir reformas milionárias e mordomias, principalmente daqueles que lesaram o próximo, bancos e Estado.

É também insustentável o aumento crescente do peso do Estado, transformado num albergue mediante o recrutamento descontrolado de clientelas: assessores, secretários, secretárias, familiares, amigos, amigas …. Um Estado incapaz de conter desperdícios, incapaz de reduzir para metade o número de deputados, medida há muito esperada e nunca concretiza por depender dos próprios; incapaz de conter mordomias desproporcionadas, a todos os níveis, que esgotam recursos e muito contribuem para perpetuar a pobreza, por muito que digam o contrário.

É um universo obsceno que não é compatível com a passividade, a submissão, o conformismo e principalmente com uma aceitação que nos devia cobrir de vergonha.

Coloquemos as energias essenciais do espirito e do coração no combate a toda esta imoralidade onde residem os meios materiais necessários para que todos, sem exceção, possamos viver com dignidade, amor humano e espirito de fraternidade.

«Todo o homem que possui mais do que é necessário para a sua vida, para a vida dos seus e para o desenvolvimento normal da sua inteligência é um ladrão. O que ele tem de sobra outros têm a menos».
Romain Rolland, considerado «A consciência moral da Europa»

Tratava-se, então, de por termo a uma política sem futuro, de publicitários, sem valores e sem ética, com as universidades centradas nas ciências e nas tecnologias, no crescimento económico e na competividade, ignorando que a ética e o sentido do humano tem de acompanhar a transmissão dos saberes. 
Basta observar o espetáculo humilhante das praxes, acabando nalguns casos na morte de jovens. Tudo isto acontece com a proteção de todas as esferas do poder. Reitores, investigadores e juízes.
Certa comunicação social banaliza casos alegadamente criminosos rotulando-os de “brincadeiras dos estudantes”. 
Coisa semelhante às «praxes» são as «claques». Temos um poder de medrosos, comprometido com outros "poderes podres", designadamente o futebol, sem coragem e sem alma para intervir como é seu dever.
Tratava-se de problemas internos, agora adormecidos em face ao drama que enfrentamos.
A abrangência mundial desta crise, vai custar a todos, mesmo aos paises mais ricos, proporciona um momento único gerador de uma mudança de paradigma.

Segundo o OBSERVADOR: «Mais de 80% da riqueza criada no mundo em 2017 foi parar às mãos dos mais ricos que representam 1 % da população mundial».
O mesmo relatório recebeu em português o título irónico Recompensem o Trabalho e Não a Riqueza”.
Há ainda as offshores, os mercados financeiros puramente especulativos uma gigantesca corrupção e tantos outros obstáculos que permitem a concentração da riqueza nas mãos de multimilionários, empobrecendo o mundo inteiro.
A falta de líderes mundiais com a visão dos que venceram a 1ª. e 2ª. Guerras Mundiais e também dos que conceberam a EU, tolhe a  esperança na abertura de um caminho novo para um Mundo Melhor.
A grande ambição é regressar ao mesmo…..
Sendo assim, regresse-mos à politica caseira. 
Aproveito para documentar as promessas+anúncios…… 









sexta-feira, 17 de abril de 2020

O MILAGRE PORTUGUÊS


OS QUE SALVAM VIDAS E OS PUBLICITÁRIOS

Todos os que estão na linha da frente no combate a esta epidemia, em todos os serviços de saúde e mesmo nos Lares de idosos, são mártires, transcendem deveres profissionais, dão as suas vidas para salvar vidas.
Há ainda os voluntários, os que trabalham a terra, os que fazem chegar a nossas casas o pão da vida, os empresários criativos, os cientistas incansáveis e todo um exército de combatentes, verdadeiros heróis empenhados em salvar vidas

É neste espirito de sacrifício e de fraternidade que reside o verdadeiro Milagre. Desfoca-lo, estende-lo a todo o universo de atitudes é entrar no mundo da fantasia.

Vejamos, é fácil por a polícia na rua mandar as pessoas para as suas casas. Coloca-los nos locais onde as pessoas mais necessidade têm de se deslocar a distribuir mascaras de proteção de uso obrigatório, como vemos acontecer em muitos países, ajudava a salvar vidas
Não o fazer com a agravante de tornar o uso das mascaras facultativo, não é forma de salvar vidas mas de as condenar.

Coisa semelhante sucede com a mortandade consentida nos Lares de Idosos. Além abandonarem à sua sorte velhos e cuidadores, estes, verdadeiros mártires, impotentes perante uma tragédia, acabam ainda por ser acusados de não terem cumprido as regras estabelecidas. 
O mais importante para os decisores é o cumprimento das regras avulsas, sem sentido,  a matança coletiva que impõem aos velhos. 

Quanto ao cumprimento das regras estes mesmos decisores dão o pior exemplo com as anunciadas comemorações oficiais. Navegam, felizes, como canas espetadas no deserto ao sabor dos ventos

Assistimos, assim, a um foguetório apoiado num "milagre". Ignoram que a única coisa sagrada é Salvar Vidas.