sábado, 31 de dezembro de 2022

O PANTANO DA ESTABILIDADE GOVERNATIVA

 


MAIS UM ANO SEM ESPERANÇA E DE MISÉRIA PARA MILHÕES DE FAMÍLIAS POBRES.

Em janeiro deste ano denunciei «O LOGRO DA ESTABILIDADE GOVERNATIVA» que envenenava a nossa existência ver: https://pugadassis.blogspot.com/2022/01/a-estabilidade-politica.html

Tudo quanto escrevi se mantém e agravou com a maioria absoluta que facilitou o desvio do país para um pântano de corrupção.

Todas as energias destes governos socialistas vão no sentido de emergir do lodo em que se atolou.

É com alarde que distribuem as migalhas que lhe caiem da mesa pelas famílias cada dia mais pobres, enquanto os milhões vindos da União Europeia, do turismo e dos nossos impostos desaparecem sem que se lhes conheça o rasto.

Como o Partido Socialista transformou a maioria absoluta num poder absoluto só nos restou o poder que se lhe sobrepõe do Sr. Presidente da República.

Desta forma, a esperança de pôr termo ao «LODO DA ESTABILIDADE GOVERNATIVA» está nas mãos do Sr. Presidente da República que, entretanto, se converteu num fervoroso apoiante da «Grande Família Socialista».

É assim mais uma passagem de Ano em que o fogo de artificio dos socialistas celebra o apodrecimento dos seus governos.  

Resta-nos a certeza de que «Deus ajuda» para a todos desejar «Paz e Bem» e um Novo Ano com Boa Saúde e Muitas Felicidades.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

A CIDADE DO PORTO NÃO DEIXARÁ MORRER A SEIVA TRUPE

 


NÃO DEIXAREMOS MORRER A SEIVA TRUPE
Um Júri Ad-Hoc acaba de excluir a Seiva Trupe da concessão do Apoio Sustentado da DGArtes a que concorrera para os próximos 4 anos, apesar de ter atingido a pontuação necessária à sua elegibilidade, mas em que a verba alocada à DGArtes para este fim ser considerada insuficiente. Tal decisão coloca em causa a sobrevivência de uma Companhia icónica do Porto e do País, que em Setembro de 2023 completa 50 anos de vida e de intensa actividade cultural. Os cidadãos abaixo-assinados não se conformam com a decisão do Júri Ad-Hoc e vão lavrar o seu protesto durante uma concentração junto ao coreto do Jardim do Marquês a partir das 16 horas do dia 11 (domingo).  Amiga/Amigo: apelamos à  tua presença. E caso concordes, gostaríamos que juntasses o teu nome aos nossos para a concentração que iremos propor aos cidadãos do Porto. Podes fazê-lo através do email: searadeletras@sapo.pt.  Obrigado e até ao dia 11, junto ao coreto do Jardim do Marquês, a partir das 16 horas.

Foto: Seiva Trupe

domingo, 6 de novembro de 2022

RAP GLOBAL - SEIVA TRUPE - TEATRO VIVO . 2, 3 e 4 dez.


 

RAP GLOBAL

Um espectáculo a partir de um longo Rap escrito por Boaventura de Sousa Santos, leva-nos a um universo do ‘suburbano’, sob direcção de Sandra Salomé e a direcção musical (com participação ao vivo) do rapper Fuse, colocam-nos no ‘cenário’ de um Mundo cada vez mais confuso. Dia 2 Dez : 21h Dia 3 e 4 Dez : 19h Texto: Boaventura Sousa Santos. Dramaturgia e Encenação: Sandra Salomé. Direcção Musical e Sonoplastia: Nuno Teixeira (Fuse). Interpretação: Allex Miranda, Joel Sines, Miguel Branca, Teresa Fonseca e Costa, Eloísa d’Ascensão e Fuse (Canto). Cenografia e Videoclip Cénico: Acácio Carvalho. Figurinos e Direcção de Guarda-Roupa: Eloísa d´Ascensão. Desenho de luz: Júlio Filipe Operação de Luz: Francisco Alves Operação de Som: Jorge Jacinto Operação de vídeo: Pedro Pires Execução de Guarda-Roupa: Ana Fernandes, Rosa Almeida Produção Executiva (Seiva Trupe): Tila Santos Informações: producao.seivatrupe@gmail.com ou 913.414.050 Local: M.Ou.Co - R. de Frei Heitor Pinto 65, 4300-252 Porto. Fotografias Paulo Pimenta.

nosso propósito:a arte.
nosso desígnio:público.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

A Seiva Trupe estriou “Bairro Noite e Dia” na nova residência - Sala Estúdio Perpétuo - Porto


 OBRIGADO PORTO!

Depois de 9 anos sem casa própria, agora sim mas numa Sala que esteve fechada quase 30 anos, em 6 meses concluir o que já é uma carreira (16 sessões) e não um evento de fim-de-semana, com 1903 espectadores (média de 119 com taxa de ocupação de 61% em 195 de lotação) é apenas o início do que será o renascimento da Seiva doravante. Obrigado, Porto!


nosso propósito:a arte.
nosso desígnio:público.


 Fotos e texto: SeivaTrupe


segunda-feira, 31 de outubro de 2022

O HALLOWEEN-NOITE DAS BRUXAS E O DIA DE TODOS OS SANTOS-DIA DO PÃO POR DEUS


 Este quadro expõe, com toda a clareza, o que eu tinha dificuldade de explicar.

Desta forma, pensei que o melhor seria divulgá-lo, isto porque sempre vi nestas celebrações do Halloween, praticas maquiavélicas, de todo contrárias às tradições que nosso povo que celebra a vida com espirito de fraternidade.

A cultura é fundamental para uma melhor compreensão do mundo em que vivemos, mas não é suficiente para prevenir flagelos como a monstruosidade da guerra - que supúnhamos já não ser possível nos nossos dias – bem como para evitar dramas como os ocorridos na Coreia do Sul onde uma falsa espiritualidade deu lugar a “celebrações” que ceifaram mais 150 vidas humanas.

São tradições desumanas que instigam o terror, reveladoras de uma total ausência de bom-senso, em particular de bom-senso moral.

O dia 1 de novembro que amanhã celebramos, também conhecido pelo «Dia de Pão por Deus», é um dia muito do agrado das crianças que, felizes, percorrem casa a casa, com saquinhos onde recolhem o «bolinho» doces e outras ofertas.

Esta é a tradição do nosso povo que celebra este dia com humildade, generosidade e de forma gratuita o que temos de mais sagrado, a vida, a vida presente.

Luís Cordeiro

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

A JORNADA MULDIAL DA JUVENTUDE 2023

 JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE - 1 A 6 DE AGOSTO 2023

Fotos: JMJ

O Papa Francisco representa, para mim, a Consciência Moral do Mundo Livre

É o homem mais eminente e o mais humano deste mundo conturbado em que vivemos.

Foi assim com emoção que recebi a notícia de duas estudantes portuguesas, do programa Erasmus, acabadas de chegar a Roma, convidadas do Papa Francisco para, com ele, anunciarem ao mundo a abertura das inscrições à Jornada Mundial da Juventude de 2023, em Lisboa.  

Este evento vai atrair jovens de todo o mundo, mobilizar as energias do espírito dos povos mais longínquos, de todas as origens, empenhados no mesmo objetivo: «procurar o humano», ir direito ao coração.

“Sob a diversidade do trajo, a fraternidade do sangue”. Romain Rolland. 

Receber bem milhões de jovens implica a preparação e mobilização de milhares de voluntários.

Se tens mais de 15 anos inscreve-te na tua paróquia.

É um exercício enriquecedor, de liberdade, igualdade, pluralismo e de uma verdadeira cidadania ativa.

«AJUDA A CONSTRUIR O MAIOR EVENTO DO MUNDO»

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

O triunfo de Júlio Cardoso...


 Júlio Cardoso | Bairro Noite&Dia | Out 2022 | Fotografia Paulo Pimenta

O triunfo de Júlio Cardoso...

Conseguir que a Seiva Trupe prosseguisse e continuasse a ser o que (quase) sempre foi: um estandarte da Cidade e do Norte. É este o grande triunfo de Júlio Cardoso.


Quando, em Setembro de 2018, o Júlio Cardoso me deu a honra de me convidar para lhe suceder na direcção artística da Seiva Trupe-Teatro Vivo, não só fiquei estupefacto, como cheio de dúvidas, mas, como combinámos, não foram precisas mais de 48 horas para deitar mãos ao trabalho, embora, por compromissos que eu já tinha, só em Abril de 2019 se formalizasse a situação. Facto, aliás, que se revelou muito útil para preparar e fazer a transição. De lá para cá, e com a Covid pelo meio, a Seiva Trupe foi conseguindo ganhar grandes batalhas, mas a verdade é que enormíssima parte só é possível pelo que foi o seu passado, com momentos melhores e momentos piores, mas sendo um símbolo da cidade, que, a nível de popularidade, me atreveria a dizer (e não foi obra minha) se segue imediatamente ao F. C. do Porto e ao Mercado do Bolhão, como símbolos da Cidade.

Poderia aqui elencar as vitórias dessas grandes batalhas, onde a maior de todas é voltar a ter sala de residência permanente. Mas não venho nem fazer auto-elogios (meus ou da própria Seiva Trupe), até porque o maior e definitivo elogio será o de reconquistar e conquistar novos públicos. Esse é o seu desígnio, tal como elegi no seu novo slogan, como seu propósito, o de fazer arte. A grande batalha só agora começou e não se vence em um, dois ou três anos. Vai-se vencendo e deve-se a muitos, que para tal contribuem: quer internamente, quer à volta, quer mesmo de outras paragens. Desde logo – e seria injusto não o destacar: a forma como a trataram e acolheram quer o Perpétuo Educação e Cultura, quer a Câmara Municipal do Porto com o seu Presidente logo na primeira hora.

Mas em vésperas de estrear Bairro Noite e Dia (dia 7 e com a carreira a terminar a 31*) já com a estreia e o segundo dia esgotados (à hora em que escrevo) e com marcações feitas para todas as sessões, não é a exaltação disso que me traz a estas páginas, nem o facto de eleger para o meu próprio TOP3 da minha carreira esta encenação, mas o próprio Júlio Cardoso. E poderia ser na forma brilhante como pisa o palco, a que junta ao seu valor intrínseco a plasticidade, de que só os grandes são capazes, de se integrar numa gramática teatral estética homogénea e que não era tradicionalmente a sua, ‘continuando a dar cartas’ num espectáculo que muito vale, quase tudo, por essa homogeneidade e capacidades do elenco, a um nível já muito alto. O que aqui me traz – e não é mérito (só) meu – é o que veio demonstrar-se como ‘a’ escolha inteligente e generosa como foi buscar, imprevistamente, o seu ex-discípulo querido, eu, mesmo que pelo meio tenham existido rupturas estéticas e abordagens do teatro. Mas que, no fim, são menos do que o que nos une, reafirmado nesta herança chamada Seiva Trupe-Teatro Vivo e que permanece viva e cada vez mais.

Foi a percepção de que para a ‘sua’ Seiva resistir a tantos tratos de polé que sofrera na última década e renascer e renovar-se, pondo à frente da vaidade (dominante no meio) de querer ver a morte da criatura depois do seu criador a abandonar, é um acto que junta inteligência, generosidade e a prova do verdadeiro amor e do saber com que a construiu em quase meio-século já passado. Não o digo em homenagem, até porque sei que posso continuar a contar com ele para outros sucessos da Seiva Trupe que se adivinham e que alguns deles ainda conseguirão espantar os agnósticos disso ou mesmo aqueles que, mediocremente, ambicionavam que ela desaparecesse. Digo-o porque, mais do que todos os grandes êxitos que a Seiva Trupe-Teatro Vivo teve no seu ‘consulado’ e sobre os ombros da sua criatividade e da sua capacidade operativa, repartidas em várias partes com o António Reis, a ousadia do convite traduziu o desejo inquestionável de que a criatura fosse para lá do criador, prosseguisse e continuasse a ser o que (quase) sempre foi: um estandarte da Cidade e do Norte. É este o grande triunfo de Júlio Cardoso. Que transcende o próprio, mas por vontade do próprio, tornando-o, ainda mais, a referência definitiva da Seiva Trupe-Teatro Vivo nas linhas que esta ocupar (e já ocupa) na memória do Teatro Português.

E quando chegar a minha hora, depois de ter sabido conseguir atingir as metas a que me propus (incluindo a de sementes que só florescerão depois de mim), voltarei a tornar-me seu discípulo para ter a mesma lucidez de saber o momento de passar de mãos a direcção artística, com a mesma atitude de normalidade e sem intromissão, tal como o meu Mestre o fez comigo.

Poderia dizer que, num certo sentido, este triunfo de Júlio Cardoso é também uma bofetada de luva branca a muitos dos seus detractores, no meio. Mas prefiro dizer que foi o maior afago que tornou público o seu amor à Seiva Trupe, ao Teatro, ao Porto. E às suas tão peculiares Gentes.

 

Castro Guedes

6 de Outubro de 2022

Artigo de opinião no jornal Público 


https://www.publico.pt/2022/10/06/culturaipsilon/opiniao/triunfo-julio-cardoso-2022997

terça-feira, 4 de outubro de 2022

“Bairro Noite e Dia..." já no próximo dia 7. Assista!



 




A Seiva Trupe apresenta de 7 a 31 de Outubro a Peça “Bairro Noite e Dia, ou de como Maria José ser Boa Alma não podia”.

Com autoria de Jorge Castro Guedes, que se inspirou inicialmente na obra “A Boa Alma de Setzuan” de Brecht, conta com  Júlio Cardoso, Sandra Salomé, Guilherme Filipe, Paula Guedes, Miguel Branca, Kátia Guedes, Jaime Monsanto, Luciana Sanhudo, Teresa Fonseca e Costa, Fernando André,  Vítor M. Pereira, Mafalda Covas e Mariana Costa e Silva no elenco.

Segundo o autor, Castro Guedes “é um espetáculo bem-humorado, por mais cruel que seja o tema. Porque para nos ‘educarmos cívica e eticamente não temos, necessariamente de ser ‘carrancudos’ ou estar em conflito bilioso com o Mundo. Muito menos num momento tão especial como o de que saímos cansados com as limitações a que a covid nos impôs e os perigos de uma efetiva derrapagem económica (europeia, quiçá mundial) nos ameaça. 

Precisamos de um teatro ‘gentil’. Mesmo que não se dispense, nem se ausente do real mais duro em que estamos inseridos. Mas que nos desperte compreensão, compaixão e vontade de mudar.”

“Bairro Noite e Dia ou de como Maria José ser Boa Alma não podia” vai estar em cena na Sala Estúdio Perpétuo, a nova residência da Seiva Trupe, de 7 a 31 de outubro, sextas-feiras, sábados e domingos às 19 horas; e segundas-feiras às 21h30. Os bilhetes terão o custo de 10 euros. 

Bilhetes à venda em www.bol.pt

Informações ou reservas através do e-mail info.reservas.st@gmail.com

Texto e fotos: Seiva Trupe

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

“BAIRRO NOITE E DIA” Sala Estúdio Perpétuo - PORTO - De 7 a 31 de Outubro

SEIVA TRUPE - TEATRO VIVO

 nosso propósito:a arte.

nosso desígnio:público.



Estes são os 13 intérpretes que se integram num conjunto dos 37 elementos diretamente ligados a esta criação/produção. O texto e encenação são de Castro Guedes, o cenário e vídeo de Acácio Carvalho, os figurinos de Lola Sousa, o desenho de luz de Júlio Filipe.

Uma modesta costureira de um dos bairros ditos "problemáticos" nas zonas suburbanas das grandes cidades ganha um Jackpot do Totoloto. De nome Maria José, queria ser uma Boa Alma mas não não podia e fez, como na peça de Brecht (“A Boa Alma de Setzun), algo de parecido com Chen-Té e o primo Chui-Tá, desaparece e no seu lugar surge um prestamista de nome José Maria, depois de 1/3 do dinheiro lhe ter sido autenticamente espoliado pelos vizinhos. E é neste cenário, que a partir daqui nada ou muitíssimo pouco tem a ver com a obra e a matriz brechtianas, que se apresenta o “BAIRRO NOITE E DIA”, em que todas as personagens, para sobreviverem entre a miséria e a cupidez são de dia umas e à noite outras. Uma espécie de avatares, mas no real e não no digital, para fazer frente às dificuldades da vida e não para a infantilidade de adultos no faz-de-conta das redes sociais.

Duro, cruel mesmo, até na linguagem, BAIRRO NOITE E DIA, apesar destas características não se apresenta como um drama, mas antes como uma comédia (mesmo de rir nos equívocos de situações e diálogos) irónica e algo delirante. Depois, à maneira de como sugere Rudolph Laban, que cada um se veja ao espelho, como numa feira, diremos nós, na imagem distorcida, numa tenda de diversões: o teatro, um teatro ‘exquisito’.

RECUPERANDO E CONQUISTANDO MAIS PÚBLICO DO PORTO.

Depois de quase 9 anos sem sala própria de residência, desde 27 de Março aqui instalada, a SeivaTrupe-TeatroVivo abre portas ao público com uma produção de dimensão já pouco habitual, na Sala Estúdio Perpétuo*,  Rua Costa Cabral, 128, Porto.
De 7 a 31 de Outubro às Sextas, Sábados e Domingos às 19:00, às Segundas às 21:30. Informações e Reservas: info.reservas.st@gmail. com ou tel. 91.351.84.01 (de Segunda a Sexta das 10:00 às 17:00, até à véspera do dia escolhido).

nosso propósito:a arte.
nosso desígnio:público.

 

Texto e fotos: Seiva Trupe

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

COMÉDIA SOBRE ASSUNTOS MUITO SÉRIOS...


UMA COMÉDIA SOBRE ASSUNTOS MUITO SÉRIOS... Uma costureira a quem sai o Totoloto num Bairro dito problemático torna-se presa dos vizinhos predadores e tem de arranjar um esquema para passar a ser a caçadora, num Mundo em que ninguém está isento de responsabilidades por ser o que e quem é... um texto que parte da “A Boa Alma de Setzuan” de Bertolt Brecht. Hilariante para dar que pensar depois. 7 a 31 de Outubro de 2022 info.reservas.st@gmail.com ou telefone 913.414.050 Sala Estúdio Perpétuo. Rua de Costa Cabral 128, Porto.

Imagem e texto Seiva Trupe

 

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

COMEÇOU A FUNDO A PRÉ-TEMPORADA DE SEIVA TRUPE-TEATROVIVO

Na foto Júlio Cardoso, Guilherme Filipe, Miguel Branca, Vítor M. Sousa, Paula Guedes, Sandra Salomé, Kátia Guedes, Luciana Sanhudo, Teresa Fonseca e Costa, Jorge Castro Guedes e Fernando André. Estreia a 7 de Outubro.

  começaram os ensaios da próxima criação da SeivaTrupe-TeatroVivo: 

“BAIRRO NOITE&DIA ou de como Maria José ser boa alma não podia”, um texto, cujo autor e encenador (Castro Guedes) parte da “A Boa Alma de Setzuan” de Brecht, cada vez mais se afastando dela do ponto de vista da perpectiva ideológica, remetendo-a para o comportamento humano em gera. Ora num olhar crítico e por vezes cruel, ora movido por uma compaixão intrínseca. Com um elenco ‘de luxo’, 19 personagens criam-nos um mosaico de acontecimentos, como um espelho uns dos outros e de nós todos com eles. De forma muito resumida e sem tudo revelar, a obra começa na altura em que uma costureira de um Bairro, dos ditos ‘problemáticos’, se vê com o ganho do Jackpot do Totoloto na mão e a ilusão de poder fazer o bem a todos, que logo dela se aproveitam…

Para estrear dentro de menos de dois meses, num horário inabitual (Sextas, Sábados e Domingos às 19:00 e Segundas às 21:30) na Sala Estúdio Perpétuo (Rua de Costa Cabral, 128), a nova residência permanente da SeivaTrupe-TeatroVivo, “BAIRRO NOITE&DIA” tem cenário e vídeo de Acácio de Carvalho e Figurinos de Lola Sousa. O desenho de luz é de Júlio Filipe e a banda sonora de Pedro Pires, a criação musical é da Teresa Fonseca e Costa.

Foto e texto SeivaTrupe-TeatroVivo

terça-feira, 23 de agosto de 2022

A VIDA DA CARRIÇA, CONTADA POR ELA

CARRIÇA - I

A Nova Vida da Carriça – Contada Pelos Novos Donos 

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Como foi dito, esta é a versão dos novos donos da Carriça…

Acontece que a minha curiosidade, como adolescente, e a intimidade que tinha com a Carriça me levou a interrogá-la sobre o seu passado

Confessou-me que não tinha boas recordações. Nunca experimentou a felicidade das suas companheiras. Nunca conhecera o pai. Soube pela mãe que era um «Senhor» da mais pura raça, com fama e prestígio sem igual e disputado pelas melhores cutelarias.

- «Com a minha mãe nunca houve intimidade e poucos meses privei com ela uma vez que não demoram a separar os potros das mães. Vi que emprenhou e se até aí a me olhava com mal disfarçada indiferença, com o nascimento do seu irmão foi claro o total abandono a que me votou.»

 Não me alongo mais. Nada melhor que saber o que a própria Carriça tem para nos revelar:

CARRIÇA - II 

As Minhas Origens e o Meu Destino – Contados Pela Própria

Olá avô fui eu que corrigi a tua história e depois a mamã ajudou-me, está muito bonita.

Beijinhos Rosinha. 

Dedico esta fábula à minha neta mais nova, Maria Rosa, com 11 anos. 

CARRISSA - II

As Minhas Origens e o Meu Destino – Contados Pela Própria

«O curral em que nascemos marca o nosso destino.»

Valeu-me nascer forte e determinada a fazer pela vida. Avantajada que sou a minha mãe viu-se aflita para me por cá fora. Não teve nenhuma ajuda.

A minha primeira sensação foi sentir a minha a mãe a lamber-me e também o roçar das mamas pelas minhas orelhas, mas eu não atinava com elas para mamar. Batia com o focinho nas cochas dela, procurava levantar-me, como tinha as pernas muito compridas  e a cabeça grande e pesada, tropeçava e caia. A minha mãe observava-me, mas com indiferença, estava exausta e não deve ter gostado muito do que viu… Passava com as patas por cima de mim sem me dar qualquer ajuda.

Altas horas da noite lá apareceu o cavalariço: - Olha que feioso! E não perdeu tempo, virou costas desapontado e a falar sozinho: - O patrão vai-te dizer… Um primeiro cumprimento muito estimulante.

Não demorou a surgir um sujeito, logo seguido do cavalariço de braço bem esticado segurando o candeeiro a petróleo à frete do patrão.

Também não ficou agradado, mas foi à minha mãe que deu os “parabéns”: - Hoo rapariga! Que manjerico desajeitado me foste arranjar!      

 Vasculharam tudo com o candeeiro, sem olhos que vissem não haver sequer palha seca no chão, só estrume gelado e escorregadio o que me impedia de levantar as patas dianteiras para alcançar as mamas da minha mãe. Não via forma de mamar e precisava aquecer e de caminhar.

Lá foram aparecendo outos mirones, todos a torcer o nariz. Fiz por não prestar atenção, mas não conseguia. Que culpa tinha eu de esperarem por uma estrela!? E de verem em mim um emplastro!? E não se calavam. Em lugar de me ajudarem só sentia ferroadas: - Uma lesma!  - Não se dá ao trabalho de mamar! A minha mãe parecia indiferente, mas abanava a cabeça para ambos os lados, não resmungava, mas fungava. Também não gostava do que ouvia; mas será que degenerei?

Finalmente apareceu quem fez a diferença: - «Sai ao pai! É forte e bem grande, vai-se desenrascar». Só aquilo já me deu ânimo. Desprezei os sete olhos mortíferos enterrados em mim e lá endireitei as dianteiras, num esforço gigante fiz o mesmo com as traseiras, toda a tremer, abocanho uma mama e só a largo quando fiquei consolada.

Ainda não tinha um ano quando me separaram da minha mãe. Guinchei, relinchei, escoicinhei para todos os lados, bati com a cabeça contra as grades o que me valeu os piores insultos do cavalariço. Convidou-me com um banho de chicotada que me deixaram os lombos a arder. Mais furiosa fiquei, mas tive que aguentar.

Se até nos separarem a minha mãe já me tratava com mal disfarçada indiferença, a partir desse momento foi claro o abandono a que me votou.

Ensimesmei, entristeci, fingi que não ligava, mas nunca deixei de a procurar no pasto com o olhar.

Vi que ficou grávida. Quando o meu irmão nasceu e começou a pastar com ela, dava nas vistas, um latagão garboso, farejado por doidivanas bastante mais velhas que ele.

Desconfiei que a minha mãe tinha ciúmes do meu irmão, redobrou as mesuras com ele para afastar os pretendentes.

Para mim sobravam toda a espécie de humilhações. Sofri para prazer dos outros. Só me destinavam trabalho mais trabalho, sem liberdade, sem tempo de recreio e sem a independência de que os outros gozavam.

Fechei-me em mil conjeturas, magoada, pensativa, infeliz.

Para vencer o infortúnio que me dominava deixei-me arrastar para uns namoricos. Foi sol de pouca dura e senti-me ainda pior, não tinham coração, ou tinham, mas despedaçado. Só conheciam a sua própria dor.

Reparei que os humanos não eram melhores em nada. Governavam-se com palavras, enquanto nós vivemos das ações.

Pior ainda é quando são uns mentirosos e maus. Desencadeiam guerras horrorosas, ateiam fogos criminosos, odeiam-se uns aos outros e consideram-se racionais.

Nós somos, os irracionais, não cometemos crimes, não temos entre nós assassinos e não sabemos o que é odiar.  

Logo que me vi neste novo mundo o que eu passei para me por de pé para mamar! Mas sem qualquer ajuda levantei-me e comecei a andar.

Os ditos racionais levam um ano para se porem de pé e só com muitas ajudas dáo os primeiros passos!

Afinal, em que são superiores? Onde está o mérito? Quem é mais útil?  O que mais vale, são as palavras ou as ações?

Comprazia-me, assim, encher o balão do meu «EU». Crescia em mim um desdém pelos outros o que não motivava simpatias, muito pelo contrário.

Sentia-me revoltada com tudo e com todos. Pensativa, procurava respostas e forças para varrer do meu íntimo uma crescente animosidade, uma tendência para julgar os outros, o prazer de condenar, a arrogância de querer mudar o mundo….

A realidade é que não podia ter a pretensão de mudar os outros para mudar o mundo, mas podia, muito bem, mudar as minhas reações e o meu olhar para com os outros. Como? Amá-los tal como eles são, como gostaria que me amassem a mim. Amar o mundo tal como ele é!

Se todos assim fizerem teremos um Mundo Melhor.

Resumindo, tinha de começar por varrer do meu íntimo toda a animosidade em lugar de a cultivar, bem como tudo o resto que me envenena a existência.

Eu já nem podia olhar para a minha mãe e para o meu irmão!

Tinha assim que moderar as minhas reações e a forma de enfrentar os problemas. Mais, posso tirar partido de todo o sofrimento que me fortalece o coração para o abrir aos outros, em lugar de me vitimizar.

Sentia começar a ver claro. Precisava mudar de vida, ouvir a vós imperiosa do meu interior, assumir o trabalho do peregrino e descer ao mais íntimo do meu ser, descobrir o amor. Ir ao encontro do infinito e da Fé.

Neste combate o destino levou-me de coração renovado ao ceio de uma família que me fez muito feliz, onde virei a página e esqueci tudo quanto me torturava».

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Não interrompi a Carriça para não a desviar do seu pensamento verdadeiramente inspirador. Uma lição que me deu o sentido da vida. 

Por ironia do destino foi no coração desta família que a Carriça travou o seu último combate.

O trabalhador que a recolheu no palheiro das Olgas, prendeu-a à manjedoura com a corda que levava ao pescoço. Como não era costume ficar presa, para se libertar enrodilhou a corda ao pescoço com tamanha violência que se estrangulou.

Este drama da Carriça continua vivo no coração de toda a família. 

«E isto deve lembrar-nos que existe uma divindade que talha os nossos destinos, seja qual for a maneira porque nós os delineemos» (Hamlet a Horácio). William Shakespeare.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

A Nova Vida da Carriça – Contada Pelos Donos


O meu Pai

CARRIÇA - I

A Nova Vida da Carriça – Contada Pelos Novos Donos 

Foi moeda de troca para o pagamento de uma divida.

Era um animal alegre, vigoroso, de uma beleza sadia, exibia todo o esplendor de um puro-sangue.

Teria sido uma grande estrela nas disciplinas equestres, ou mesmo na equitação clássica dada a elegância e agilidade dos seus movimentos.

Possuía uma força indomável que imprimia a um galopar fulminante sempre que montada, sem selim, pelo primogénito do médico, único capaz de tal proeza. Mais parecia voar com asas nas quatro patas tal a destreza e velocidade. Cortava a respiração só de ver a velocidade alucinante do movimento sincronizado das quatro patas. 

Uma outra prova de força, mais própria da alta escola residia na grande facilidade com que suportava todo peso do corpo, de várias centenas de quilos, nas patas traseiras, levantando divertidamente as dianteiras acima da cabeça do filho mais novo do médico, abanando-as com movimentos rápidos na vertical, curtos e desencontrados. Mais uma das suas “brincadeiras”! 

Proporcionava assim, um espetáculo mais próprio de circo, com a diferença de não divertir, mas aterrorizar eventuais espectadores, pois receavam que tal “brincadeira” acabasse em tragédia.

Embora o meio não lhe reconhecesse as competências e não aproveitasse todas das suas capacidades artísticas, facilitava o pleno exercício destas e outras exibições libertando-a de todos os arreios, principalmente freio e do selim cujo aperto no focinho e na barriga lhe dificultava a respiração.

 Era um animal, meigo, vivia feliz e toda a família partilhava dessa mesma felicidade. Revelava que a mudança de dono lhe fora vantajosa pela dedicação, brio e alegria com que assumia todas as tarefas: O serviço exclusivo do médico e a distração dos filhos. Conhecedora dos hábitos de todos sentia fazer parte da família.

Tinha o curral por debaixo da sala de refeições dos donos e, ao amanhecer, esperava pelos primeiros movimentos da casa para relinchar. Era a sua forma de dar os bons-dias.

Dispunha de todo o tempo livre para pastar na mais bonita e produtiva das propriedades do dono, as Olgas.

Atravessada por um ribeiro com água todo o ano, mantinha-se sempre verde. Ao longo da margem interior estendia-se um lameiro que produzia feno para os animais, uma vinha e um poço para rega de uma horta. Na encosta, a norte, ficavam os palheiros. Um maior, destinado à palha e ao feno, outro contíguo, mais pequeno, destinado às alfaias agrícolas, lenha e abrigo dos animais. Este último da mais triste memória, palco de uma tragédia impossível de varrer da memória de toda a família. Um pinheiral delimitava, a norte, toda a propriedade.

Na outra margem, do lado do caminho, predominava o cultivo do trigo, centeio ou milho. Ao fundo uma outra horta, regada com a água abundante do ribeiro. Aqui era possível observar o deslizar elegante de lontras e mesmo de furões.

O que mais preocupava o dono era o prejuízo que dava o amanho destas terras. Chegou a oferecer todo o produto, trigo centeio, milho a quem o fosse colher. Ninguém aceitava. Para o produto não apodrecer na terra tinha de pagar a recolha, sabendo que a venda não chegava sequer para a despesa da colheita.

Era nesta propriedade que a Carriça pastava todo o ano, corria, e brincava com os filhos do dono.

Muito jovem, atravessava toda a aldeia em trote solitário para beber água no tanque dos animais, na fonte do cano, que fica no outro extremo da aldeia. No mesmo trote regressava à cavalariça.

Brava com estranhos, não consentia a simples colocação do selim, menos ainda ser montada por outrem além dos donos.

Um militar de cavalaria, ao saber de tal capricho fez questão de evidenciar a sua especialidade, mas por mais que tentasse o animal rodopiava furioso impossibilitando a montada. Só com a ajuda do dono é que conseguiu trepar para cima do animal. Foi sol de pouca dura. Tomou o freio nos dentes e quando alcançou um galopar desabrido, projetou repentinamente as patas dianteiras para a frente em forma de travão, estancou instantaneamente e projetou o intruso pela cabeça.

Todos os filhos do médico se iniciaram a cavalgar com tenra idade e sem ajudas. O instinto da carriça assim o permitia, facilitava esta tarefa a todos, em particular ao mais novo que não tinha mais que 4/5 anos. Encostava-se bem a um muro com escadas até uma altura de onde era fácil passar uma perna para o lado oposto do selim, segurar no mesmo as mãos, bastando retirar o outro pé do degrau para dar início a um logo passeio pela aldeia. Uma operação simples, mas que não consentia a ninguém, além do patrão. O lento, cuidadoso e seguro caminhar revelava saber bem quem a montava.

Sempre que era preciso ferrar e desferrar era o médico que a conduzia ao “tronco”, no “eiró”, para o ferrador poder fazer o seu trabalho. Ninguém conseguia segurá-la, não obedecia a mais ninguém.

O famoso realizador Akira Kurozawa, no seu filme: “KAGEMUSHA” (A sombra do Guerreiro) retrata de forma magistral a sensibilidade destes seres vivos. (a)

 

Como foi dito, esta é a versão dos novos donos da Carriça…

Acontece que a minha curiosidade, como adolescente, e a intimidade que tinha com a Carriça me levou a interrogá-la sobre o seu passado

Confessou-me que não tinha boas recordações. Nunca experimentou a felicidade das suas companheiras. Nunca conhecera o pai. Soube pela mãe que era um «Senhor» da mais pura raça, com fama e prestígio sem igual e disputado pelas melhores cutelarias.

Com a mãe nunca houve intimidade e poucos meses privou com ela uma vez que não demoram a separar os potros das mães. Viu que emprenhou e se até aí a olhou sempre com mal disfarçada indiferença, com o nascimento do seu irmão foi claro o total abandono a que a votou.

 Não me alongo mais. Nada melhor que saber o que a própria Carriça tem para nos revelar:

CARRIÇA - II 

As Minhas Origens e o Meu Destino – Contados Pela Própria

(A publicar brevemente)

(a) - (A sombra do Guerreiro) que significa “duplo”, o homem que substituiu o falecido “senhor da guerra” e a quem coube a missão de convencer amigos e inimigos de que o “senhor da guerra” continuava vivo com o objetivo de evitar o desencadear de guerras pelos inimigos. A assimilação pelo “duplo” do próprio “senhor da guerra” é feita de tal maneira que a todos convence. Ilude a perspicácia dos familiares e dos generais do conselho de guerra. Só não consegue iludir o cavalo do “senhor da guerra”, “nuvem negra”, que não consentia ser montado por outrem, além do dono. Ao montá-lo o animal não descansou enquanto não se desenvencilhou do intruso e atirou com ele ao chão. Foi o bastante para quem assistiu clamar tratar-se de um intruso sendo desmascarado e despedido de imediato.


 O meu irmão Jorge


Luis


Jorge Luis Teresa Lurdes


 

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Homenagem a António Reis, cofundador da Seiva Trupe com Júlio Cardoso e Estrela Novais

 António Reis, foste Seiva inicial e na seiva que continuará a correr contigo nas árvores e frutos do futuro, estará sempre.

Foto e texto: Seiva Trupe

Tributo à memória de António Reis, co-fundador da Seiva Trupe


“Convocam-se os Ventres das Mulheres de Portugal”, criado e recriado por Tó Maia com interpretação de Allex Miranda, Ana Rita, David Carvalho, Fernando André, Luciana Sanhudo, Mariana Costa e Silva, Maria Tavares, Mário Moutinho.


E estas são as três mulheres, interpretadas por Sandra Salomé, Kátia Guedes e Teresa Fonseca e Costa.

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Na continuidade de um legado, de cujas responsabilidades sabemos caber-nos respeitar, é um acto de tributo à memória de António Reis, co-fundador da Seiva Trupe, o dinamismo que durante dezenas de anos, com Júlio Cardoso fizeram da Seiva um caso singular e inspirador para muitos que chegaram mais tarde. Mais ainda porque o António acaba de deixar de estar connosco neste Mundo Material, mas ficará sempre presente em Espírito em cada gesto presente ou futuro da Seiva Trupe.   E é assim, que ainda “Três Mulheres em Torno de um Piano”, anteontem mesmo, se apresentava na sua última sessão na Sala Estúdio Perpétuo, já ali mesmo, a menos de 20 metros, se estreava a Sala de Ensaios da Seiva Trupe com a preparação de “Convocam-se os Ventres das Mulheres de Portugal”, numa iniciativa da Fundação Demos e da Universidade do Porto, para que a convidada para a teatralização de encerramento a Seiva Trupe. O espectáculo inter-activo, passa por uma ficção imagética dos problemas da Mulher e de todo o cortejo da tralha reaccionária da homofobia, racismo, sexismo, machismo e outros ismos que rimam com fascismos, criado e recriado por Tó Maia com interpretação de Allex Miranda, Ana Rita, David Carvalho, Fernando André, Luciana Sanhudo, Mariana Costa e Silva, Maria Tavares, Mário Moutinho, Acontecerá em sessão única no Edifício da Reitoria, com um pequeno “happening” de abertura em fusão com as Comemorações Populares do 25 de Abril, estando previsto ter início, já no Salão Nobre da Reitoria, pelas 16:00 do próprio dia do 48º aniversário da Revolução dos Cravos. Com entrada grátis e sessão única. É um programa de sempre com quase meio-século, cujo, após a pandemia tem sido um frenesim a que a Seiva Trupe nos vem habituando desde Junho de 2021, num período em que a escolha estratégica foi a de contacto permanente com a Cidade. Esta ligação, embora sendo para continuar, agora com sala de residência permanente na Rua Costa Cabral (precisamente a Sala Estúdio Perpétuo) a própria estratégia na política de públicos sofrerá, a partir de 2023, de alterações que conjuguem os dois princípios: estar sempre presente e retomar a ideia de carreira em oposição à tendência modal do evento passageiro.

Nota: Texto e fotos - SEIVA TRUPE