segunda-feira, 31 de outubro de 2022

O HALLOWEEN-NOITE DAS BRUXAS E O DIA DE TODOS OS SANTOS-DIA DO PÃO POR DEUS


 Este quadro expõe, com toda a clareza, o que eu tinha dificuldade de explicar.

Desta forma, pensei que o melhor seria divulgá-lo, isto porque sempre vi nestas celebrações do Halloween, praticas maquiavélicas, de todo contrárias às tradições que nosso povo que celebra a vida com espirito de fraternidade.

A cultura é fundamental para uma melhor compreensão do mundo em que vivemos, mas não é suficiente para prevenir flagelos como a monstruosidade da guerra - que supúnhamos já não ser possível nos nossos dias – bem como para evitar dramas como os ocorridos na Coreia do Sul onde uma falsa espiritualidade deu lugar a “celebrações” que ceifaram mais 150 vidas humanas.

São tradições desumanas que instigam o terror, reveladoras de uma total ausência de bom-senso, em particular de bom-senso moral.

O dia 1 de novembro que amanhã celebramos, também conhecido pelo «Dia de Pão por Deus», é um dia muito do agrado das crianças que, felizes, percorrem casa a casa, com saquinhos onde recolhem o «bolinho» doces e outras ofertas.

Esta é a tradição do nosso povo que celebra este dia com humildade, generosidade e de forma gratuita o que temos de mais sagrado, a vida, a vida presente.

Luís Cordeiro

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

A JORNADA MULDIAL DA JUVENTUDE 2023

 JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE - 1 A 6 DE AGOSTO 2023

Fotos: JMJ

O Papa Francisco representa, para mim, a Consciência Moral do Mundo Livre

É o homem mais eminente e o mais humano deste mundo conturbado em que vivemos.

Foi assim com emoção que recebi a notícia de duas estudantes portuguesas, do programa Erasmus, acabadas de chegar a Roma, convidadas do Papa Francisco para, com ele, anunciarem ao mundo a abertura das inscrições à Jornada Mundial da Juventude de 2023, em Lisboa.  

Este evento vai atrair jovens de todo o mundo, mobilizar as energias do espírito dos povos mais longínquos, de todas as origens, empenhados no mesmo objetivo: «procurar o humano», ir direito ao coração.

“Sob a diversidade do trajo, a fraternidade do sangue”. Romain Rolland. 

Receber bem milhões de jovens implica a preparação e mobilização de milhares de voluntários.

Se tens mais de 15 anos inscreve-te na tua paróquia.

É um exercício enriquecedor, de liberdade, igualdade, pluralismo e de uma verdadeira cidadania ativa.

«AJUDA A CONSTRUIR O MAIOR EVENTO DO MUNDO»

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

O triunfo de Júlio Cardoso...


 Júlio Cardoso | Bairro Noite&Dia | Out 2022 | Fotografia Paulo Pimenta

O triunfo de Júlio Cardoso...

Conseguir que a Seiva Trupe prosseguisse e continuasse a ser o que (quase) sempre foi: um estandarte da Cidade e do Norte. É este o grande triunfo de Júlio Cardoso.


Quando, em Setembro de 2018, o Júlio Cardoso me deu a honra de me convidar para lhe suceder na direcção artística da Seiva Trupe-Teatro Vivo, não só fiquei estupefacto, como cheio de dúvidas, mas, como combinámos, não foram precisas mais de 48 horas para deitar mãos ao trabalho, embora, por compromissos que eu já tinha, só em Abril de 2019 se formalizasse a situação. Facto, aliás, que se revelou muito útil para preparar e fazer a transição. De lá para cá, e com a Covid pelo meio, a Seiva Trupe foi conseguindo ganhar grandes batalhas, mas a verdade é que enormíssima parte só é possível pelo que foi o seu passado, com momentos melhores e momentos piores, mas sendo um símbolo da cidade, que, a nível de popularidade, me atreveria a dizer (e não foi obra minha) se segue imediatamente ao F. C. do Porto e ao Mercado do Bolhão, como símbolos da Cidade.

Poderia aqui elencar as vitórias dessas grandes batalhas, onde a maior de todas é voltar a ter sala de residência permanente. Mas não venho nem fazer auto-elogios (meus ou da própria Seiva Trupe), até porque o maior e definitivo elogio será o de reconquistar e conquistar novos públicos. Esse é o seu desígnio, tal como elegi no seu novo slogan, como seu propósito, o de fazer arte. A grande batalha só agora começou e não se vence em um, dois ou três anos. Vai-se vencendo e deve-se a muitos, que para tal contribuem: quer internamente, quer à volta, quer mesmo de outras paragens. Desde logo – e seria injusto não o destacar: a forma como a trataram e acolheram quer o Perpétuo Educação e Cultura, quer a Câmara Municipal do Porto com o seu Presidente logo na primeira hora.

Mas em vésperas de estrear Bairro Noite e Dia (dia 7 e com a carreira a terminar a 31*) já com a estreia e o segundo dia esgotados (à hora em que escrevo) e com marcações feitas para todas as sessões, não é a exaltação disso que me traz a estas páginas, nem o facto de eleger para o meu próprio TOP3 da minha carreira esta encenação, mas o próprio Júlio Cardoso. E poderia ser na forma brilhante como pisa o palco, a que junta ao seu valor intrínseco a plasticidade, de que só os grandes são capazes, de se integrar numa gramática teatral estética homogénea e que não era tradicionalmente a sua, ‘continuando a dar cartas’ num espectáculo que muito vale, quase tudo, por essa homogeneidade e capacidades do elenco, a um nível já muito alto. O que aqui me traz – e não é mérito (só) meu – é o que veio demonstrar-se como ‘a’ escolha inteligente e generosa como foi buscar, imprevistamente, o seu ex-discípulo querido, eu, mesmo que pelo meio tenham existido rupturas estéticas e abordagens do teatro. Mas que, no fim, são menos do que o que nos une, reafirmado nesta herança chamada Seiva Trupe-Teatro Vivo e que permanece viva e cada vez mais.

Foi a percepção de que para a ‘sua’ Seiva resistir a tantos tratos de polé que sofrera na última década e renascer e renovar-se, pondo à frente da vaidade (dominante no meio) de querer ver a morte da criatura depois do seu criador a abandonar, é um acto que junta inteligência, generosidade e a prova do verdadeiro amor e do saber com que a construiu em quase meio-século já passado. Não o digo em homenagem, até porque sei que posso continuar a contar com ele para outros sucessos da Seiva Trupe que se adivinham e que alguns deles ainda conseguirão espantar os agnósticos disso ou mesmo aqueles que, mediocremente, ambicionavam que ela desaparecesse. Digo-o porque, mais do que todos os grandes êxitos que a Seiva Trupe-Teatro Vivo teve no seu ‘consulado’ e sobre os ombros da sua criatividade e da sua capacidade operativa, repartidas em várias partes com o António Reis, a ousadia do convite traduziu o desejo inquestionável de que a criatura fosse para lá do criador, prosseguisse e continuasse a ser o que (quase) sempre foi: um estandarte da Cidade e do Norte. É este o grande triunfo de Júlio Cardoso. Que transcende o próprio, mas por vontade do próprio, tornando-o, ainda mais, a referência definitiva da Seiva Trupe-Teatro Vivo nas linhas que esta ocupar (e já ocupa) na memória do Teatro Português.

E quando chegar a minha hora, depois de ter sabido conseguir atingir as metas a que me propus (incluindo a de sementes que só florescerão depois de mim), voltarei a tornar-me seu discípulo para ter a mesma lucidez de saber o momento de passar de mãos a direcção artística, com a mesma atitude de normalidade e sem intromissão, tal como o meu Mestre o fez comigo.

Poderia dizer que, num certo sentido, este triunfo de Júlio Cardoso é também uma bofetada de luva branca a muitos dos seus detractores, no meio. Mas prefiro dizer que foi o maior afago que tornou público o seu amor à Seiva Trupe, ao Teatro, ao Porto. E às suas tão peculiares Gentes.

 

Castro Guedes

6 de Outubro de 2022

Artigo de opinião no jornal Público 


https://www.publico.pt/2022/10/06/culturaipsilon/opiniao/triunfo-julio-cardoso-2022997

terça-feira, 4 de outubro de 2022

“Bairro Noite e Dia..." já no próximo dia 7. Assista!



 




A Seiva Trupe apresenta de 7 a 31 de Outubro a Peça “Bairro Noite e Dia, ou de como Maria José ser Boa Alma não podia”.

Com autoria de Jorge Castro Guedes, que se inspirou inicialmente na obra “A Boa Alma de Setzuan” de Brecht, conta com  Júlio Cardoso, Sandra Salomé, Guilherme Filipe, Paula Guedes, Miguel Branca, Kátia Guedes, Jaime Monsanto, Luciana Sanhudo, Teresa Fonseca e Costa, Fernando André,  Vítor M. Pereira, Mafalda Covas e Mariana Costa e Silva no elenco.

Segundo o autor, Castro Guedes “é um espetáculo bem-humorado, por mais cruel que seja o tema. Porque para nos ‘educarmos cívica e eticamente não temos, necessariamente de ser ‘carrancudos’ ou estar em conflito bilioso com o Mundo. Muito menos num momento tão especial como o de que saímos cansados com as limitações a que a covid nos impôs e os perigos de uma efetiva derrapagem económica (europeia, quiçá mundial) nos ameaça. 

Precisamos de um teatro ‘gentil’. Mesmo que não se dispense, nem se ausente do real mais duro em que estamos inseridos. Mas que nos desperte compreensão, compaixão e vontade de mudar.”

“Bairro Noite e Dia ou de como Maria José ser Boa Alma não podia” vai estar em cena na Sala Estúdio Perpétuo, a nova residência da Seiva Trupe, de 7 a 31 de outubro, sextas-feiras, sábados e domingos às 19 horas; e segundas-feiras às 21h30. Os bilhetes terão o custo de 10 euros. 

Bilhetes à venda em www.bol.pt

Informações ou reservas através do e-mail info.reservas.st@gmail.com

Texto e fotos: Seiva Trupe