16 de janeiro de 2020

VÁ AO TEATRO


VIVER NERUDA: uma experiência dupla com uma Colectiva de Artes Plásticas na Cooperativa Árvore em torno da vida e obra do poeta Chileno + “O Funeral de Neruda” pela Seiva Trupe.
09 a 25 de JANEIRO
Quartas e Sextas às 21:30
Quintas e Sábados às 19:00
Domingos às 17:00.
Informações e Reservas: bilheteira.seiva@gmail.com


 45 Anos de Seiva e Fruto, sempre pela inteligência criativa ao serviço da cultura

26 de setembro de 2019

“O MILAGRE DAS APARIÇÕES"

As cenas de teatro oferecidas pelos governantes já não me deveriam surpreender, mas não é o caso, continuam a ultrapassar todos os limites:

- Ver um insuspeito Capitão de Abril considerar o roubo das armas como um possível de erro de inventário !?

- Assistir ao regozijo da Policia Judiciária Militar bem como do Chefe do Estado Maior do Exercito perante o “milagre da aparição” das mesmas!? Seguido das demissões do Chefe do Estado Maior do Exercito, do Ministro da Defesa logo seguido da prisão do Diretor da Policia Judiciária Militar !?

- Ver a Procuradora Geral da República confiar à Policia Judiciária a responsabilidade da condução deste processo, afastando do mesmo a Policia Judiciária Militar mais suspeita de encobrir do que descobrir !?

- Constatar que pela atuação da Policia Judiciária Militar  dificilmente se viria saber a verdade !?

- A constituição de mais de duas dezenas de arguidos incluindo o Ministro da Defesa !?

- A indignação do 1º. Ministro, com a medida aplicada ao seu ex-Ministro da Defesa, acusado de vários crimes, mais graves do que as falsas declarações de que «nada sabia» e de não ter informado de nada o 1º. Ministro, o que este nunca esclareceu !?

- As suspeições politicas nunca esclarecidas, justificadas com inflamadas declarações de confiança do 1º. Ministro no seu Ministro da Defesa e do empenho deste em ilibar o seu 1º. Ministro !?

- As declarações de repúdio do 1º. Ministro e o aproveitamento da situação para considerar inqualificável lançar suspeições desta natureza sobre o 1º. Ministro e sobre o Presidente da República !?

- A colagem do 1º. Ministro - que nada explica - ao Presidente da República - que tudo explicou com clareza - !?

-  Finalmente, a arrogância do Partido Socialista ao anunciar a agenda politica da campanha eleitoral, fixando o que os candidatos podem e não podem dizer  !?

 António Costa pode ter «aparições politicas», disfarçado, com asas de anjo, eu direi sempre: Tu és o Costa.

19 de setembro de 2019

VIVEMOS A FINGIR DE MORTOS

Os debates têm sido cordeais e contribuído para um melhor conhecimento dos candidatos e das suas propostas.


Catarina Martins e Assunção Cristas: Boa preparação e a necessária agressividade. Gerónimo de Sousa: Equilíbrio nas propostas e tomadas de posição, atraente, simpático e tolerante. António Costa sempre otimista, demagogo, bom manipulador de números e de estatísticas. O responsável pelo PAN não me despertou interesse.

Senti a falta de Rui Tavares, fundador do Livre, um jovem bem preparado, acrescentaria valor ao painel.

No debate com Assunção Cristas (só assisti a uma parte) António Costa criticou a sua proposta que defende: Alunos com médias de 18,6 deviam ser admitidos nas nossas universidades, pagando os seus cursos, tal como os estrangeiros.

Resposta: - O nosso ensino, tendencialmente gratuito, não é para ricos com maus resultados mas para os bons alunos.

Com falsos argumentos obriga alunos brilhantes (18,6) a emigrar e a pagarem os cursos no estrangeiro em favor de estrangeiros com médias inferiores.
Pura demagogia.

«António Costa sacrifica tudo para se manter no poder», foi como Assunção Cristas encerrou o debate.

Com Rui Rio, perante a discordância de Rio relativamente aos aumentos concedidos aos juízes, responde:

- O Sr. Não gosta dos juízes.

De novo, a arbitrariedade, a demagogia, a displicência seguida da banalização das propostas de Rio relativas a mudanças a operar no Ministério Público e na Justiça.

António Costa não precisa dizer como gosta dos juízes, basta olhar para a sua generosidade nos aumentos que lhes concedeu. Também é amigo dos bancos, dos patrões, das petrolíferas…. uma grande lista onde só figuram os mais fortes para os quais também é generoso, sempre em prejuízo dos mais fracos.

A ligeireza das suas respostas é a mesma com que sacode as responsabilidades dos sucessivos escândalos que abalam grande número dos seus Ministérios.

Quanto ao Ministério da Administração Interna escrevi o mês passado. Estão a aparecer novos desenvolvimentos com maior gravidade do que então era conhecidos.

No Ministério da Defesa continua na sombra o mistério das armas roubadas e descobertas. Originou demissões, o próprio Ministro demitiu-se e foi constituido arguido.

No caso do Ministério da Justiça, não se conhece à Srª. Ministra uma só medida digna de registo. O que fica são discursos despropositados e do seu empenho na substituição da Procuradora Geral República.

De notar que Joana Marques Vidal restaurou a confiança numa Instituição desacreditada, o seu mérito mereceu o consenso de todas as forças politicas incluindo do Sr. Presidente da República, com exceção do Partido Socialista.

O país, ainda tem presente os períodos negros dos seus antecessores e ficou perplexo com a sua destituição, ainda mais, com o apoio do Sr. Presidente da República.

O argumento usado foi o de não concordarem com segundos mandatos.

Aguardemos pela decisão do Sr. Presidente quanto á sua candidatura a um segundo mandato.

Não se trata de gostar ou não gostar dos titulares de cargos públicos, não escondo o respeito que me merece o Prof. Marcelo de Sousa.

O que está em causa é o Interesse Nacional, é a defesa do Estado de Direito, um pilar da Democracia abalado por decisões tomadas por um juiz que alegadamente vendeu sentenças e que lamentavelmente continua a exercer as suas funções antes de ser julgado.

Como é possível?!
 
Acrescem as contradições também incompreensíveis de altos responsáveis do poder judicial.

O Supremo Tribunal de Justiça determina que o juiz Rangel continua suspenso das suas funções. O presidente do Tribunal da Relação de Lisboa readmite-o nas mesmas funções, em cumprimento de ofício do Conselho Superior da Magistratura.

Como é que cidadãos e empresas se podem sentir seguros?!

Todos nós, julgo mesmo que os juízes cujas sentenças continuam a merecer a aceitação geral, temos o dever de reclamar da Assembleia da República e do Governo medidas que reponham a confiança e a legitimidade conferidas pela Constituição. Está em causa um pilar do Estado de Direito Democrático.

É também o momento de termos a coragem de mudar, de nos libertarmos dos políticos experientes na arte de retirar do centro do debate politico o Interesse Nacional; dos indecisos, que nunca assumem responsabilidades; dos amigos do seu amigo e do politicamente correto, com modelos de governação esgotados que não criam valor e sem futuro; dos envoltos numa promiscuidade indesejável com o futebol, dos que alimentam esperanças com promessas disparatadas como: A irradicação da pobreza sem dizerem como, habitação para todos a baixo custo………  à partida sabem que não vão cumprir, mas geram expectativas.

Precisamos de políticos que não tenham medo de dizer o que pensam, descomprometidos, genuínos, sérios, que inspirem confiança na implementação de novos modelos sustentáveis de governação que crie riqueza e tenham a coragem de nos libertar de interesses mesquinhos, imorais e que esmagam as famílias.

É o tempo de assumirmos o desígnio nacional de humanizar a politica, poupar as famílias da angustia, da humilhação e da mentira contida em anúncios+anúncios,  promessas+promessas  nunca cumpridas ou chegam apenas aqueles mais próximos dos centros decisores.

As famílias têm de dispor dos meios materiais que lhes assegure o pagamento das despesas normais da sua casa, os cuidados de saúde, o aluguer ou a prestação da compra da casa; beneficiar de condições normais de acesso ao crédito bancário; proporcionar aos filhos condições para o desenvolvimento de todas as suas capacidades.

É preciso derrubar todos os muros que perpetuam reformas e ordenados mínimos humilhantes, comprovadamente insuficientes para famílias viverem com um mínimo de dignidade, sujeitando-as a um endividamento junto de agiotas com juros escandalosos de que nunca se conseguem libertar (os bancos recusam-lhes qualquer empréstimos), condenadas a vidas inteiras de sofrimento, com a mão estendida à caridade de uma ajuda, de um subsídio, da prometida casa que nunca chega.

Impõe-se extinguir as diferenças abismais entre os vencimentos milionários, a que somam ainda prémios também milionários, comparativamente com o que recebem os seus trabalhadores.
Reduzir reformas milionárias e mordomias, principalmente daqueles que lesaram o próximo, bancos e Estado.

É também insustentável o aumento crescente do peso do Estado, transformado num albergue mediante o recrutamento descontrolado de clientelas: assessores, secretários, secretárias, familiares, amigos, amigas …. Um Estado incapaz de conter desperdícios, incapaz de reduzir para metade o número de deputados, medida há muito esperada e nunca concretiza por depender dos próprios; incapaz de conter mordomias desproporcionadas, a todos os níveis, que esgotam recursos e muito contribuem para perpetuar a pobreza, por muito que digam o contrário.

É um universo obsceno que não é compatível com a passividade, a submissão, o conformismo e principalmente com uma aceitação que nos devia cobrir de vergonha.

Coloquemos as energias essenciais do espirito e do coração no combate a toda esta imoralidade onde residem os meios materiais necessários para que todos, sem exceção, possamos vivermos com dignidade, amor humano e espirito de fraternidade.

«Todo o homem que possui mais do que é necessário para a sua vida, para a vida dos seus e para o desenvolvimento normal da sua inteligência é um ladrão. O que ele tem de sobra outros têm a menos».
Romain Rolland, considerado «A consciência moral da Europa»

Eu voto Rui Rio




14 de setembro de 2019

O Fogueteiro e o Apanhador das Canas.



Devo confessar que não passo de um espectador do teatro eleitoral que as televisões, jornais e rádios nos oferecem a toda a hora.
Assisti, casualmente, ao debate dos lideres do PS e do PCP. Não esperava por debate tão anémico.
A firmeza como o primeiro fixou de frente o seu adversário, ao longo de todo o debate, refletia - a acreditar nas sondagens recentes - uma forte expectativa numa maioria absoluta.
Já o seu opositor evitou a todo o custo o mesmo olhar. Vergado com o peso de sondagens desfavoráveis e as incertezas quanto aos resultados eleitorais, mal disfarçava um ar de vencido em contraste com a campanha vitoriosa do politico experiente que o enfrentava.
No espirito de ambos, embora não verbalizado, esteve presente como tudo começou, vai para 4 anos, o que suavizou o debate.
O vencedor antecipado que hoje lança o fogo de artificio foi o grande derrotado em eleições passadas.
Mão providencial lançou-lhe uma tábua se salvação em forma de desafio:
- «António Costa só não é 1º. Ministro se não quiser».
Claro que quis, agarrou a oferta com ambas as mãos.
O salvador apanha agora as canas.