17 de abril de 2020

O MILAGRE PORTUGUÊS


OS QUE SALVAM VIDAS E OS PUBLICITÁRIOS

Todos os que estão na linha da frente no combate a esta epidemia, em todos os serviços de saúde e mesmo nos Lares de idosos, são mártires, transcendem deveres profissionais, dão as suas vidas para salvar vidas.
Há ainda os voluntários, os que trabalham a terra, os que fazem chegar a nossas casas o pão da vida, os empresários criativos, os cientistas incansáveis e todo um exército de combatentes, verdadeiros heróis empenhados em salvar vidas

É neste espirito de sacrifício e de fraternidade que reside o verdadeiro Milagre. Desfoca-lo, estende-lo a todo o universo de atitudes é entrar no mundo da fantasia.

Vejamos, é fácil por a polícia na rua mandar as pessoas para as suas casas. Coloca-los nos locais onde as pessoas mais necessidade têm de se deslocar a distribuir mascaras de proteção de uso obrigatório, como vemos acontecer em muitos países, ajudava a salvar vidas
Não o fazer com a agravante de tornar o uso das mascaras facultativo, não é forma de salvar vidas mas de as condenar.

Coisa semelhante sucede com a mortandade consentida nos Lares de Idosos. Além abandonarem à sua sorte velhos e cuidadores, estes, verdadeiros mártires, impotentes perante uma tragédia, acabam ainda por ser acusados de não terem cumprido as regras estabelecidas. 
O mais importante para os decisores é o cumprimento das regras avulsas, sem sentido,  a matança coletiva que impõem aos velhos. 

Quanto ao cumprimento das regras estes mesmos decisores dão o pior exemplo com as anunciadas comemorações oficiais. Navegam, felizes, como canas espetadas no deserto ao sabor dos ventos

Assistimos, assim, a um foguetório apoiado num "milagre". Ignoram que a única coisa sagrada é Salvar Vidas.




27 de fevereiro de 2020

A EUTANÁSIA E O DESCRÉDITO DAS LEIS


 Prós e Contras - 09.04.18
Eutanásia - Chegou a altura da decisão
Quando deste Prós e Contras escrevi, no dia a seguir, neste blogue o seguinte:

«Cada dia fico mais perplexo com as leis aprovadas e mesmo com as que preparam para a Assembleia da República
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«…. O descrédito de  tantas Leis da Assembleia da República, espelha bem o processo traiçoeiro da iniciativa

Vem agora o 1º. Ministro confirmar «o descrédito da Lei», aprovada quando do governo de José Sócrates, relativa às competências das Camaras Municipais, considerando as mesmas inadmissíveis.
Em seu entender a Lei tem de ser mudada em face do desaire que deriva da sua aplicação para a construção do Aeroporto do Montijo.
Então, dramatiza, ao estilo de Shakespeare, acusando o PSD de um eventual descalabro!?

Este exemplo deveria levar os senhores deputados a reconhecer que os resultados da aplicação da Lei que congeminam são irreparáveis e anti-humanitários.
Acresce representarem uma pequena “elite”, sem mandato para assumirem a voz da consciência de todos.


Trata-se, assim, de silenciarem a consciência de cada um, o que, para além de antidemocrática não passa de uma cilada ao estilo de «Ricardo III».

O meu comentário ao referido «Prós e Contras» terminava com a seguinte nota:
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Vem a propósito uma entrevista ao Semanário Sol, da semana passada, do Dr. João Queiroz de Melo - Prémio Nacional de Saúde, Cirurgião que chefiou o 1º. transplante Cardíaco nos nossos Hospitais em que refere:

«……. Houve alguns casos de pessoas com fé que sobreviveram e não consigo perceber como. Há um caso ……. Inacreditável. Foi uma pessoa que deu provas de fé e que estava condenada face ao conhecimento médico e hoje está viva.»

7 de fevereiro de 2020

OS ADVERSÁRIOS, OS INIMIGOS E OS OPORTUNISTAS

Surprendeu-me ouvir hoje Rui Rio afirmar, no Congresso do PSD, não ter na politica inimigos mas adversários que pensam de maneira diferente quando, ainda ontem, eu criticava, precisamente:  
« ............os políticos que se referem aos adversários ou opositores como inimigos, só porque não partilham a mesma ideologia ou o mesmo pensamento.»

08.02.2020
Ao contrário fiquei chocado com o aproveitamento abusivo de uma frase de Sá Carneiro, proferida na Assembleia Nacional de 1972, dominada por deputados fieis à ditadura. Chegaram a retirar-lhe a palavra e a correr com ele da tribuna, ao murro, ao pontapé e aos encontrões, por não alinhar com a chamada «voz do dono».
Montenegro não deve ignorar  que «por não se calarem, sob que pretexto for». muitos foram parar à cadeia.
Evocar Sá Carneiro e esta sua frase, num Congresso Partidário em 2020 é humilhante para a sua memória, próprio de quem não olha a meios na defesa de uma “agenda  pessoal”.
Os comentadores políticos que ouvi, incluindo José Manuel Fernandes, detiveram-se em banalidades, não contextualizaram os momentos, ignoraram mesmo que Sá Carneiro, defendeu causas, foi um lutador pelas liberdades individuais e pelos Direitos do Homem.