O «Bom Politico» é identificado com o politico
experiente, hábil, cria cenários à volta do que reputa o Interesse Nacional, desvia as atenções do cento dos problemas e desvirtua o que
verdadeiramente está em causa.
É o caso das negociatas de bijuterias que o Ministro da Administração Interna classificou de equipamentos de prevenção e que não passam de propaganda
eleitoral do partido socialista.
Com tudo a denunciar o estado lastimável dos serviços
públicos, a começar pelo SNS, Lojas do Cidadão, isto com maior carga fiscal de
que há memória; numa politica de «chapa ganha, chapa gasta», de esbanjamento de
recursos, sem investimento, sem reformas, sem futuro, incapaz de resistir à primeira crise.
A forma de disfarçar a realidade
surge no debate:
«O
ESTADO DA NAÇÃO»
Com o 1º. Ministro a exaltar o «Estado Vitorioso da Nação»:
Baixou os impostos, registou um crescimento acima da média,
melhorou o emprego, garantiu arrendamentos, em Lisboa, de habitação condigna a
baixo preço, recuperou a dignidade perdida do Pais…… Verdadeiramente
empolgado, confessou nunca ter imaginado ser possível fazer tanto…. e eu fiquei
sem saber de que Pais estava a falar.
Pouco tempo decorrido tornei a ouvir o 1º. Ministro na
CONVENÇÃO NACIONAL DO
PS
Foi delirante ao anunciar que «libertou o pais do garrote da
divida» - segundo a Pordata, de 2016 a 2018 a divida externa líquida aumentou
de 175.228 para 179.457 euro – milhões.
Uma propaganda de promessas e de anúncios + anúncios, como: A construção, em
Lisboa, de habitação para todos a preços reduzidos; cinco novos hospitais (já
prometidos para esta legislatura e tornados a anunciar para a próxima); a feira
montada para a baixa de impostos, depois de anunciada pela oposição; o SNS - agora
eleito com todo o carinho a Joia da Coroa…!?
Acontece que o politico que procure mudar este paradigma e dizer a
verdade, «não é um bom politico», tem no próprio partido quem lhe ponha o
rotulo de «fraco» - O tal «Bom Politico» à espreita do lugar.
Em toda esta «geringonça» surge a
GREVE DOS MOTORISTAS
DE MATÉRIAS PERIGOSAS
Oportunidade única
para o «Bom Politico» mostrar o que vale.
Trata-se aproveitar a situação para lançar uma cortina de
fumo sobre «embaraços eleitorais», criar cenários à volta do Interesse
Nacional, desviar as atenções do cento do problema e desvirtuar por completo
o que verdadeiramente está em causa, bem simples de saber:
Os motoristas de matérias perigosas há vinte anos reclamam a atualização do ordenado base (630€) e o pagamento das horas extraordinárias.
Como nunca conseguiram ser ouvidos pelos patrões viram-se obrigados
a fazer greve, fora do sindicato tradicional que nunca os defendeu. Continuam a
não ser ouvidos porque o patrão não negoceia com os trabalhadores em greve.
O governo chamado a mediar os diferendos, habituado a estar sempre do lado do mais forte, seja patrão, banco, telecomunicações, petrolífera etc., colocou desde logo os
seus Ministros do lado dos patrões.
Tratou-se de um evidente mau começo e tudo descambou.
Como estão em jogo eleições, impõe-se dar provas de vigor no exercício
do poder, para o efeito o governo mobiliza:
PSP, GNR, Exercito, Marinha, Força Aérea com helicópteros a
sobrevoar as operações terrestres e Decreta a Requisição Civil. Simulacro de estado de guerra contra os
grevistas.
Reação patriótica dos patrões:
«Esta greve é contra os portugueses. É importante que todo o
povo português compreenda que esta greve é contra os portugueses».
Os patrões que durante vinte anos não negociaram a subida de um miserável ordenado mínimo em tempo de paz sindical, obtiveram do poder instituído a montagem de um «teatro» de guerra para «vergar» os trabalhadores e obriga-los a renunciar à greve, como condição para, então, negociar.
Todo este «circo» é desanimador e desmotivador. A abstenção vai ganhar
as eleições uma vez mais.
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