RECORDAR É VIVER
No dia 24 do corrente mês, na companhia do amigo de sempre Lamartine, partimos no intercidades, da Gare do Oriente, rumo à Invicta Cidade do Porto, em viagem «dedicada» a celebrar os 50 anos de carreira do amigo comum Júlio Cardoso.
Pena tivemos não poder ir na véspera para assistir à cerimónia que no dia 23 teve lugar no Governo Civil da cidade do Porto onde foi condecorado com a medalha de mérito distrital pelos 50 anos de carreira dedicados ao teatro, galardão entregue pela Ministra da Cultura.
Tínhamos a esperar-nos, na Estação de Campanha, o próprio Júlio Cardoso e outro amigo, de longa data, Jorge Pinho.
Foi um almoço de verdadeira confraternização, onde se reviveu uma adolescência rebelde.
Foram lembrados todos os ausentes que não puderam estar presentes e também alguns com paradeiro desconhecido.
O Júlio Cardoso entrou na minha vida, no fim da primeira metade do século passado.
Ainda trabalhava na Regisconta quando o ouvi declamar «À Espera de Godot», de pé num banco da Avenida dos Aliados, às tantas da madrugada.
Só muito mais tarde tomei consciência que a peça acabara de ser publicada, o autor, Samuel Beckett, pouco conhecido era ainda e Júlio Cardoso já a interpretava!
Sempre vi Júlio Cardoso a representar e a declamar com os olhos voltados para o alto, mas não o imaginava, na altura, uma futura referência do teatro.
Quando nos aproximamos da última metade das nossas vidas é natural que nos interroguemos se a longa caminhada serviu para alguma coisa.
Júlio Cardoso não precisa dar-se ao trabalho de encontrar a resposta. As inúmeras homenagens de que tem sido alvo nos mais diversos palcos, respondem por ele.
Também o 32.º FITEI - Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, o distinguiu com o anúncio da criação do Prémio Júlio Cardoso para Jovens Encenadores.
Na publicação abaixo, dedicada a Nelson Mandela, escrevi:
«.....o que distingue os grandes Homens do homem comum é que os grandes Homens dão a vida pelas causas que defendem».
«.....estes Homens não morrem».
Júlio Cardoso não tem a dimensão e a visibilidade de um Nelson Mandela, é certo, mas é também inegável que consagrou toda a sua vida ao teatro e perpetuou na arte o seu nome.
É assim com orgulho e emoção que afirmo o mesmo relativamente ao meu amigo de sempre Júlio Cardoso.
Um caso da vida real em: VENTOS DO NORDESTE
Vejo que esteve em boa companhia.
ResponderEliminarE o café...
Esse, ou a minha companhia, nem se notou a falta :-)
Volte sempre e será bem recebido.
Beijinho
Dida
Minha querida amiga: Foi um encontro "à antiga", só homens. A verdade é que sentimos a falta do perfume feminino. O convite mantem-se. Assim ele seja aceite. Beijinho
ResponderEliminarReitero a minha admiração e amizade por Júlio Cardoso e felicito os "quatro jóvens amigos" por esse almoço solidário evocativo duma amizade que perdura para além de meio século.
ResponderEliminarUm grande e amigo abraço que é, como não podia deixar de ser, extensivo ao "Julinho, Lamartine e Jorge Pinho.
Todos os ausentes foram lembrados e esperamos por eles no próximo encontro.
ResponderEliminarO Julinho desceu á capital e telefonou-me esta tarde para ir jantar com ele. Por grande azar apanhou-me com uma brutal constipação que não me permite sair de casa. Sinais de juventude.
Fraternal abraço