As «Alianças Negativas» que proliferam por todos os continentes, são
responsáveis por conflitos incontroláveis e nunca geram resultados positivos.
Os países com democracias decentes consideram, finalmente, estar perante
uma realidade que subverte a ética, a democracia e torna este mundo
ingovernável, cada dia mais perigoso.
Perante a urgência em refundir a democracia, tudo acaba sempre: “sine qua
non”. Os discursos inflamados deixam tudo ainda pior.
As principais organizações internacionais como a NATO, ONU e EU, com regras
caducas, há muito que também precisam de se restruturar, começando por atirar “borda-fora”
o voto por unanimidade e fazer o mesmo quanto ao direito de veto no caso da
ONU.
É dever moral dos políticos honrar os brilhantes fundadores das referidas
organizações. Como?
Denunciando as forças mortíferas dos regimes declaradamente
antidemocráticos que espalham o medo, o terror e minam todas a decisões.
Têm de pôr os pés na terra, de ir ao encontro da sabedoria do provinciano
profundamente ligado à natureza e perceber, de uma vez por todas, que nada
resolve com promessas e discursos; Mais ainda, a sua inação perpetua toda a
Desventura do Homem do campo e mata a fonte da sua Felicidade.
Têm de ver com os seus próprios olhos a dor daqueles que sofrem por atos de
verdadeiro terrorismo, como incendiar uma floresta, envenenar a vida dos rios e
tantos outros, É terrorismo! E são tratados com punhos de renda!
É crime contribuir para que se destrua tudo o que nos rodeia.
O ribeiro onde saciava a sede e se refrescava com a água pura que corria,
tornou cano de esgoto.
O habitat de grande número de animais de água doce, incendiado, desapareceu.
O rio que na sua marcha banhava e fecundava a terra e tudo fazia germinar á
sua volta, criando bosquezinhos com sombras convidativas onde bandos de aves
animavam a floresta, contaminado, pouca coisa resistiu.
Aves gigantescas como gaviões, águias-reais, mochos e bufos reais a pairar
no céu e a poisar nas fragas e olmos mais altos, as de maior porte nunca mais
foram vistas. Resistiram as andorinhas, possuídas de uma força invulgar e pouco
mais.
As montanhas que contemplava, cobertas de espesso arvoredo da base ao topo,
virou cemitério de pessoas e animais carbonizados.
Toda a vida misteriosa que anima a natureza desapareceu.
Presto aqui homenagem aos artistas, músicos e poetas do povo que muito
contribuem para a felicidade dos outros. Cito Chico Buarque, veio recentemente
a Portugal receber o Prémio Camões:
«Estava à toa na vida / o meu amor me chamou / pra ver a banda passar
/ cantando coisas de amor / A minha gente sofrida / despediu-se da dor / para
ver a banda passar / cantando coisas de amor / A moça triste que vivia calada
sorriu / a rosa triste que vivia fechada se abriu / a meninada toda se assanhou
/ para vez a banda passar / cantando coisas de amor / A moça feia se debruçou
na janela / pensando que a banda tocava para ela / A lua cheia que vivia
escondida surgiu / e a cidade toda se enfeitou / para ver a banda passar /
cantando coisas de amor.
Mas para meu desengano / o que era doce acabou / tudo tomou seu lugar /
depois que a banda passou / E cada qual no seu canto / Em cada canto uma dor /
depois da banda passar / Cantando coisas de amor…..»
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O que é este mundo sem amor? Sem coração?
O cantor revela bem o humanismo dos que colocam no coração o motor das
suas vidas e assim fazem a Felicidade de todos.
O Homem do campo acredita que «Deus ajuda»; eleva a sua alma acima de si
mesmo. O bem que Deus lhe manda dá-lhe forças para suportar o esplendor duma
hipocrisia que invade a humanidade e o mal resultante das «Alianças Negativas».
O político coloca uma cortina de fumo no humanismo no amor e no coração.
Nada produz, mas tem o poder de despertar forças ativas, sempre
dominadoras, sempre devoradoras, sempre esfomeadas, que esmagam o Homem
contra os rochedos.