quinta-feira, 19 de setembro de 2019

VIVEMOS A FINGIR DE MORTOS

Os debates têm sido cordeais e contribuído para um melhor conhecimento dos candidatos e das suas propostas.


Catarina Martins e Assunção Cristas: Boa preparação e a necessária agressividade. Gerónimo de Sousa: Equilíbrio nas propostas e tomadas de posição, atraente, simpático e tolerante. António Costa sempre otimista, demagogo, bom manipulador de números e de estatísticas. O responsável pelo PAN não me despertou interesse.

Senti a falta de Rui Tavares, fundador do Livre, um jovem bem preparado, acrescentaria valor ao painel.

No debate com Assunção Cristas (só assisti a uma parte) António Costa criticou a sua proposta que defende: Alunos com médias de 18,6 deviam ser admitidos nas nossas universidades, pagando os seus cursos, tal como os estrangeiros.

Resposta: - O nosso ensino, tendencialmente gratuito, não é para ricos com maus resultados mas para os bons alunos.

Com falsos argumentos obriga alunos brilhantes (18,6) a emigrar e a pagarem os cursos no estrangeiro em favor de estrangeiros com médias inferiores.
Pura demagogia.

«António Costa sacrifica tudo para se manter no poder», foi como Assunção Cristas encerrou o debate.

Com Rui Rio, perante a discordância de Rio relativamente aos aumentos concedidos aos juízes, responde:

- O Sr. Não gosta dos juízes.

De novo, a arbitrariedade, a demagogia, a displicência seguida da banalização das propostas de Rio relativas a mudanças a operar no Ministério Público e na Justiça.

António Costa não precisa dizer como gosta dos juízes, basta olhar para a sua generosidade nos aumentos que lhes concedeu. Também é amigo dos bancos, dos patrões, das petrolíferas…. uma grande lista onde só figuram os mais fortes para os quais também é generoso, sempre em prejuízo dos mais fracos.

A ligeireza das suas respostas é a mesma com que sacode as responsabilidades dos sucessivos escândalos que abalam grande número dos seus Ministérios.

Quanto ao Ministério da Administração Interna escrevi o mês passado. Estão a aparecer novos desenvolvimentos com maior gravidade do que então era conhecidos.

No Ministério da Defesa continua na sombra o mistério das armas roubadas e descobertas. Originou demissões, o próprio Ministro demitiu-se e foi constituido arguido.

No caso do Ministério da Justiça, não se conhece à Srª. Ministra uma só medida digna de registo. O que fica são discursos despropositados e do seu empenho na substituição da Procuradora Geral República.

De notar que Joana Marques Vidal restaurou a confiança numa Instituição desacreditada, o seu mérito mereceu o consenso de todas as forças politicas incluindo do Sr. Presidente da República, com exceção do Partido Socialista.

O país, ainda tem presente os períodos negros dos seus antecessores e ficou perplexo com a sua destituição, ainda mais, com o apoio do Sr. Presidente da República.

O argumento usado foi o de não concordarem com segundos mandatos.

Aguardemos pela decisão do Sr. Presidente quanto á sua candidatura a um segundo mandato.

Não se trata de gostar ou não gostar dos titulares de cargos públicos, não escondo o respeito que me merece o Prof. Marcelo de Sousa.

O que está em causa é o Interesse Nacional, é a defesa do Estado de Direito, um pilar da Democracia abalado por decisões tomadas por um juiz que alegadamente vendeu sentenças e que lamentavelmente continua a exercer as suas funções antes de ser julgado.

Como é possível?!
 
Acrescem as contradições também incompreensíveis de altos responsáveis do poder judicial.

O Supremo Tribunal de Justiça determina que o juiz Rangel continua suspenso das suas funções. O presidente do Tribunal da Relação de Lisboa readmite-o nas mesmas funções, em cumprimento de ofício do Conselho Superior da Magistratura.

Como é que cidadãos e empresas se podem sentir seguros?!

Todos nós, julgo mesmo que os juízes cujas sentenças continuam a merecer a aceitação geral, temos o dever de reclamar da Assembleia da República e do Governo medidas que reponham a confiança e a legitimidade conferidas pela Constituição. Está em causa um pilar do Estado de Direito Democrático.

É também o momento de termos a coragem de mudar, de nos libertarmos dos políticos experientes na arte de retirar do centro do debate politico o Interesse Nacional; dos indecisos, que nunca assumem responsabilidades; dos amigos do seu amigo e do politicamente correto, com modelos de governação esgotados que não criam valor e sem futuro; dos envoltos numa promiscuidade indesejável com o futebol, dos que alimentam esperanças com promessas disparatadas como: A irradicação da pobreza sem dizerem como, habitação para todos a baixo custo………  à partida sabem que não vão cumprir, mas geram expectativas.

Precisamos de políticos que não tenham medo de dizer o que pensam, descomprometidos, genuínos, sérios, que inspirem confiança na implementação de novos modelos sustentáveis de governação que crie riqueza e tenham a coragem de nos libertar de interesses mesquinhos, imorais e que esmagam as famílias.

É o tempo de assumirmos o desígnio nacional de humanizar a politica, poupar as famílias da angustia, da humilhação e da mentira contida em anúncios+anúncios,  promessas+promessas  nunca cumpridas ou chegam apenas aqueles mais próximos dos centros decisores.

As famílias têm de dispor dos meios materiais que lhes assegure o pagamento das despesas normais da sua casa, os cuidados de saúde, o aluguer ou a prestação da compra da casa; beneficiar de condições normais de acesso ao crédito bancário; proporcionar aos filhos condições para o desenvolvimento de todas as suas capacidades.

É preciso derrubar todos os muros que perpetuam reformas e ordenados mínimos humilhantes, comprovadamente insuficientes para famílias viverem com um mínimo de dignidade, sujeitando-as a um endividamento junto de agiotas com juros escandalosos de que nunca se conseguem libertar (os bancos recusam-lhes qualquer empréstimos), condenadas a vidas inteiras de sofrimento, com a mão estendida à caridade de uma ajuda, de um subsídio, da prometida casa que nunca chega.

Impõe-se extinguir as diferenças abismais entre os vencimentos milionários, a que somam ainda prémios também milionários, comparativamente com o que recebem os seus trabalhadores.
Reduzir reformas milionárias e mordomias, principalmente daqueles que lesaram o próximo, bancos e Estado.

É também insustentável o aumento crescente do peso do Estado, transformado num albergue mediante o recrutamento descontrolado de clientelas: assessores, secretários, secretárias, familiares, amigos, amigas …. Um Estado incapaz de conter desperdícios, incapaz de reduzir para metade o número de deputados, medida há muito esperada e nunca concretiza por depender dos próprios; incapaz de conter mordomias desproporcionadas, a todos os níveis, que esgotam recursos e muito contribuem para perpetuar a pobreza, por muito que digam o contrário.

É um universo obsceno que não é compatível com a passividade, a submissão, o conformismo e principalmente com uma aceitação que nos devia cobrir de vergonha.

Coloquemos as energias essenciais do espirito e do coração no combate a toda esta imoralidade onde residem os meios materiais necessários para que todos, sem exceção, possamos vivermos com dignidade, amor humano e espirito de fraternidade.

«Todo o homem que possui mais do que é necessário para a sua vida, para a vida dos seus e para o desenvolvimento normal da sua inteligência é um ladrão. O que ele tem de sobra outros têm a menos».
Romain Rolland, considerado «A consciência moral da Europa»

Eu voto Rui Rio