terça-feira, 10 de abril de 2018

EUTANÁSIA - Sentença de Morte


Prós e Contras - 09.04.18
Eutanásia - Chegou a altura da decisão

Cada dia fico mais perplexo com as leis aprovadas e mesmo com as que preparam para a Assembleia da República.

Com uma postura "angelical" preparam uma lei que me condenaria à morte caso estivesse em vigor à data em que um colégio de especialistas concluiu nada poderem fazer para me salvar.

Uma tuberculose galopante obrigou-me a internamento  no Sanatório Rodrigues Semide no Porto.

Lúcido, senti a morte apoderar-se de todo o meu ser perdendo gradualmente toda a ação, entrando em coma.

Sem qualquer reação aos tratamentos meu pai (médico) e o especialista que me assistia convocaram um reconhecido tisiologista a fim de analisarem toda a situação. 

Concluíram que tudo tinha sido feito e que nada mais havia a fazer para me salvar.

Então, os especialistas sugeriram ao meu pai que melhor seria levar-me para casa, onde teria uma morte mais descansada. 
Meu pai limitou-se a responder: 
- Morte descansada tem ele aqui, se o tiro da cama e o ponho numa maca mato-o.

Ali fiquei, com soro, transfusão de sangue e oxigénio.
Acharam melhor suspender toda a restante medicação que só me poderia dar sofrimento.
Inexplicavelmente, decorridos alguns dias, comecei a dar sinais de vida. Um mês depois já andava… mais um ano para uma vida quase normal. 
 A partir dai tive seis filhos e dezasseis neto, vou a caminho dos 80, todos de boa saúde.

Os pormenores podem ser lidos em: 

https://pugadassis.blogspot.pt/2017/06/memorias-de-um-sobrevivente-casos-da.html

Com outro acompanhamento, médico e familiar, a lei que a todo custo pretendem ver aprovada tinha-me condenado a uma morte real, impedindo as gerações presentes e futuras de ver a luz do dia.
O facto de nenhum partido político abordar nos seus programas eleitorais este assunto, tão importante e delicado, não dando ao cidadão hipótese de escolha, o descrédito de  tantas Leis da Assembleia da República, espelha bem o processo traiçoeiro da iniciativa.
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Vem a propósito uma entrevista ao Semanário Sol, da semana passada, do Dr. João Queiroz de Melo - Prémio Nacional de Saúde, Cirurgião que chefiou o 1º. transplante Cardíaco nos nossos Hospitais em que refere:
«……. houve alguns casos de pessoas com fé que sobreviveram e não consigo perceber como. Há um caso ……. Inacreditável. Foi uma pessoa que deu provas de fé e que estava condenada face ao conhecimento médico e hoje está viva.»