sábado, 27 de fevereiro de 2010

JÚLIO CARDOSO - ACTOR/ENCENADOR - II

RECORDAR É VIVER

No dia 24 do corrente mês, na companhia do amigo de sempre Lamartine, partimos no intercidades, da Gare do Oriente, rumo à Invicta Cidade do Porto, em viagem «dedicada» a celebrar os 50 anos de carreira do amigo comum Júlio Cardoso.
Pena tivemos não poder ir na véspera para assistir à cerimónia que no dia 23 teve lugar no Governo Civil da cidade do Porto onde foi condecorado com a medalha de mérito distrital pelos 50 anos de carreira dedicados ao teatro, galardão entregue pela Ministra da Cultura.
Tínhamos a esperar-nos, na Estação de Campanha, o próprio Júlio Cardoso e outro amigo, de longa data, Jorge Pinho.
Foi um almoço de verdadeira confraternização, onde se reviveu uma adolescência rebelde.
Foram lembrados todos os ausentes que não puderam estar presentes e também alguns com paradeiro desconhecido.

O Júlio Cardoso entrou na minha vida, no fim da primeira metade do século passado.
Ainda trabalhava na Regisconta quando o ouvi declamar «À Espera de Godot», de pé num banco da Avenida dos Aliados, às tantas da madrugada.
Só muito mais tarde tomei consciência que a peça acabara de ser publicada, o autor, Samuel Beckett, pouco conhecido era ainda e Júlio Cardoso já a interpretava!
Sempre vi Júlio Cardoso a representar e a declamar com os olhos voltados para o alto, mas não o imaginava, na altura, uma futura referência do teatro.

Quando nos aproximamos da última metade das nossas vidas é natural que nos interroguemos se a longa caminhada serviu para alguma coisa.

Júlio Cardoso não precisa dar-se ao trabalho de encontrar a resposta. As inúmeras homenagens de
que tem sido alvo nos mais diversos palcos, respondem por ele.

Também o 32.º FITEI - Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, o distinguiu com o anúncio da criação do
Prémio Júlio Cardoso para Jovens Encenadores.

Na publicação abaixo, dedicada a Nelson Mandela, escrevi:

«.....o que distingue os grandes Homens do homem comum é que os grandes Homens dão a vida pelas causas que defendem».

«.....estes Homens não morrem».

Júlio Cardoso não tem a dimensão e a visibilidade de um Nelson Mandela, é certo, mas é também inegável que consagrou toda a sua vida ao teatro e perpetuou na arte o seu nome.

É assim com orgulho e emoção que afirmo o mesmo relativamente ao meu amigo de sempre Júlio Cardoso.


Um caso da vida real em: VENTOS DO NORDESTE

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

NELSON MANDELA o rosto da liberdade

NELSON MANDELA e FREDERIK KLERK

em Davos (in Wikipédia)

Condenado a prisão perpétua foi-lhe oferecida a liberdade desde que renunciasse à luta contra o apartheid.
RECUSOU.

Uma filha minha ao ouvir, pela televisão, a recusa da liberdade que lhe era oferecida interrogou-me:


«Porque é que ele não aceita sair em liberdade?»


Respondi-lhe:


«Minha filha, o que distingue os grandes Homens do homem comum é que os grandes Homens dão a vida pelas causas que defendem».
E acrescentei:
«Quando fores crescida vais continuar a ouvir falar deste Homem, porque estes Homens não morrem».

Alguns anos decorridos Nelson Mandela era eleito Presidente da África do Sul e hoje torna a ser falado pelo 20º. Aniversário da sua libertação.

O que mais falta nos dias que vivemos são Homens livres, tolerantes, íntegros de carácter, que nos façam acreditar que há mais mundo para além das teorias sem qualquer sentido, das ideologias cadavéricas e da submissão às igrejas e às pátrias.